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15/07/2023

Falta de recursos prometidos coloca em risco o funcionamento da Urgência e Emergência do HCL

Durante a audiência da Câmara de Manhuaçu, a Superintendente do Hospital César Leite, Lucinéia Lopes de Araújo, esclareceu que o hospital assinou a documentação do Valora Minas e fez o compromisso de implantar a Urgência e Emergência, compondo a rede regional, que também abrange o SAMU e outros hospitais da região. No entanto, ela também demonstrou que as contrapartidas com a habilitação dos serviços e o rateio entre os municípios não se efetivou, gerando prejuízos ao HCL.

“Nós tivemos várias reuniões com o Estado e o HCL foi informado das habilitações que deveria ter. Fizemos as contas do que que seria o valor da urgência emergência e, com isso, tivemos três reuniões também com os Municípios, inclusive uma delas o promotor participou. Mostramos uma estimativa de despesa que teria da urgência emergência e colocamos que o hospital não tinha condições de assumir se não tivesse um aporte financeiro”, destacou.

Sobre o aporte financeiro, Lucinéia Araújo argumentou que é constante a fala da seguinte forma: “Eu não tenho obrigação de colocar dinheiro. A obrigação é do hospital atender”. “Na verdade, o Hospital é um prestador de serviços aos SUS e atende mais de 71% do total para o SUS. Todos nós sabemos que a tabela do SUS é deficitária, porém é tripartite, então a responsabilidades são da União, do Estado e dos Municípios. Todos são responsáveis. É importante ficar claro que o HCL não está se furtando a fazer e estamos sempre buscando fazer um serviço de qualidade”, complementou Lucinéia Araújo.

Ela lembrou que antes da abertura da Urgência e Emergência, o HCL pediu o compromisso dos municípios da região que utilizam o serviço. “Tivemos a fala da prefeita de Manhuaçu, Maria Imaculada, de que faria o aporte e assim um fez e continua fazendo. Depois vieram mais quatro municípios. Só que outros municípios estavam lá concordaram que tem que ter essa ajuda, concordaram que a saúde precisa de investimento, mas na hora de realmente estar com a gente, são poucos que estão cumprindo”, pontuou.

DÉFICIT DE R$ 727 MIL POR MÊS

A Secretaria de Estado de Saúde do Governo de Minas Gerais já recebeu ofícios do Hospital César Leite informando sobre essa questão da falta das habilitações.

A superintendente explica que o HCL não se furta das responsabilidades, mas o compromisso não está sendo cumprido da forma que foi afirmado. “Nós sabemos que as habilitações são federais, mas nas reuniões para a gente entrar foi dito que haveria as habilitações. Fizemos as contas: R$ 727.000,00 por mês a mais que iria entrar para o hospital e o aporte da urgência e emergência. Nas oficinas falaram que precisava aprovar o PAR (Plano de Ação Regional), só que imaginávamos que isso seria algo ágil, já que estavam nos pedindo para entrar. Só que passados mais de 1 ano e três meses que estamos com a urgência e emergência funcionando, estamos gastando para manter funcionando, até agora não foi aprovado. A gente não precisaria estar passando as dificuldades que estamos”.

Segundo ela, o Hospital César Leite não vai ter condições de seguir dessa forma com um déficit mensal desse tamanho.

“Ninguém foi irresponsável ou está fugindo do compromisso, mas o HCL cumpriu a parte dele.  Eu entendo perfeitamente que a habilitação não depende do Estado, mas quando nós começamos lá essa conta foi feita para ser colocado o serviço para funcionar e foi dito que a gente ia conseguir então foi somado isso na nossa receita. Quando a gente fez o compromisso, principalmente da urgência emergência, fomos claros que precisávamos desse aporte financeiro. Então, não é uma questão de não querer, damos conta do trabalho, só que ele precisa de ter investimento.  O HCL precisa também do reconhecimento do trabalho da equipe, porque trabalhámos muito e ultimamente, nos últimos dias, fomos muito atacados. Eu entendo que a população que o melhor e nós também estamos lá fazendo de tudo para dar o nosso melhor. Então o que a gente pede aqui é que o PAR seja realmente efetivado” finalizou.